sábado, 7 de julho de 2007

História da Comissão de Melhoramentos de Malhada e Casais (CMMC)

O seguinte texto sobre a Comissão de Melhoramentos de Malhada e Casais (CMMC) foi retirado do livro Memórias e Esperanças, de João Nogueira, editado pela Casa do Concelho de Góis quando do seu 50º aniversário (1954-2004).

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Os seus inícios [da CMMC] remontam ao ano de 1913, quando se formou uma comissão de moradores, para instalação de um chafariz. Depois, em seguimento aos acontecimentos de Fátima, em 1917, esta comissão, com ajuda da população, faria a nova capela, dedicada a Nossa Senhora de Fátima.

Por volta de 1946-48, formou-se uma nova comissão, juntando também pessoas da União do Colmeal, para fazer uma escola, que seria construída apenas pelos locais, com ajuda financeira do Ministério da Educação.

Em 1953, seria constituída uma outra, a Comissão Pró-Estrada da Povoação da Malhada, de iniciativa de João Nunes de Almeida, António Silva, António de Almeida e Manuel da Costa Reis, que ia lutar para que a lendária estrada Rolão-Colmeal passasse pela Malhada, uma obra que ainda está bem viva na memória colectiva dos malhadenses, um dos seus símbolos, pelo trabalho arrojado empreendido e por os ter tirado do isolamento em que viviam.

Esta comissão ia estar na base da constituição da actual Comissão de Melhoramentos:

"Reuniu-se no passado dia 25 [Outubro de 1953], na calçada de Santo André, 45, 1º, uma assembleia magna de naturais da povoação de Malhada e Casais (...) em nome da Comissão Pró-Estrada (...), referiu-se à necessidade de se formar uma colectividade, devidamente legalizada (...), ficou assente que a mesma viria a designar-se Comissão de Melhoramentos de Malhada e Casais..."

Em Novembro desse ano, reunia-se a Assembleia Geral, desta vez, na Rua da Palma, 168, 1º, e, entre os seus 28 fundadores, seriam eleitos para presidentes da Assembleia Geral e da Direcção, respectivamente, José Maria de Almeida e João Nunes de Almeida.

A colectividade inclui os casais Carrimá, agora com cinco residentes, Foz da Cova, apenas com um, e Quinta de Belide, já sem qualquer morador.

Entre as suas acções destacamos:
  • Abertura de uma mina, em 1955, em colaboração com a União Progressiva do Colmeal e a população.
  • Instalação do telefone público, a cargo da colectividade.
  • Casa de Convívio, construída apenas pela Comissão e a população. Com início em 1964, seria terminada em 1985, por ter sido feita por fases. Em dois pisos, um deles destinado à habitação, nomeadamente para os forasteiros, encontra-se equipada com o essencial, tendo sido colocada à disposição da Assistência Social.
  • Ligação da Malhada à Selada Eireira, sendo a primeira povoação da freguesia a ficar ligada à estrada nacional, facto que os locais lembram com muito orgulho. Seria inaugurada, festivamente, em Agosto de 1959. Mais tarde fez-se a ligação entre Malhada e Colmeal, tendo a Comissão pago o projecto e feito a expropriação dos terrenos.
  • Abertura de caminhos de acesso aos Casais
  • Empenho para a instalação de energia eléctrica e o abastecimento de água.
  • Após o grande incêndio de 1991, a estrada entre as duas capelas, para se evitar catástrofes idênticas, obra custeada totalmente pela Comissão.
  • Reparações de estradas e de muros, tanques de regadio, plantações de árvore, limpezas de caminhos, ...
Há mais de 20 anos que não nasce ali ninguém, mas estão entusiasmados em fazer progredir a aldeia, até porque, em Lisboa, é grande a sua comunidade. "São necessário grandes sacrifícios para se ser regionalista: tempo, dinheiro, a família sacrificada, ter ideias, prestar atenção ao desenvolvimento da sua terra... Mas vale a pena!".

Com cerca de 200 sócios, contam com uma boa ajuda dos mais jovens, dos quais sentem orgulho pelo seu trabalho e participação, nomeadamente em festas e convívios.

A curto prazo, têm em mente dois projectos principais: o aproveitamento das instalações da escola, que se encontra encerrada, para ali instalarem uma pousada, aguardando que a Câmara Municipal lhes forneça o edifício; e um Parque de Lazer na "Fonte da Louceira", de que há muito têm o projecto, esperando também autorização da autarquia.

"Quando acabar o regionalismo, a aldeia desaparece..."

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Imagem de uma das primeiras assembleias gerais da CMMC

3 comentários:

Anónimo disse...

Parabens!!!bom trabalho...vamos todos juntos trabalhar para que os nossos antepassados se orgulhem de nós...abraço e continua assim.

Anónimo disse...

Neste momento só posso afirmar que me sinto muito orgulhoso de ser Malhadense (de sangue)!
Queria deixar os meus sinceros parabéns à Comissão de Melhoramentos de Malhada e Casais (CMMC) por toda está estrutura do blog muito bem organizado, que esta todo ele formidável!

Aproveito a oportunidade para apelar à união de todos os malhadenses (casais incluidos!) no sentido de nao deixarem de lutar pela constante evoluçao das nossas terras.
À CMMC peço que continue o bom trabalho realizado e que aposte muito forte nas excursoes à Malhada e principalmente nas tradicionais festas de Verão.

Saudaçoes Malhadenses!Força Malhada!

Anónimo disse...

Dizem que o passado nao interessa,mas o passado da Comissao de melhoramentos de Malhada e Casais, bem como o dos seus habitantes a meu ver importa e muito, pois foi com pessoas de inegavel valor a todos os níveis que as nossas aldeias sairam do anonimato, pessoas que nos ensinaram o que é ser regionalista,sacrificando a sua vida pessoal em prol de uma causa muitas vezes esquecida, pessoas que ja nao estao entre nos,merecem uma palavra,um louvor nao so pelo que eram, mas principalmente pelo que fizeram..Espero sinceramente honrar todos os que trabalham em prol de uma causa, em prol do Regionalismo.